
Talentos na Bahia não faltam, pioneirismo também. Aila Menezes é uma dessas meninas que unem o talento, o pioneirismo e principalmente a simpatia. Pioneirismo porque ela é a primeira mulher a comandar uma banda de pagode, swingueira das boas – a Groove de Saia. Sua escola, nada mais, nada menos que Carlinhos Brow, foi lá que encontramos a cantora pela primeira vez com back in vocal do Rei da Percussão. Dançando e cantando, a back Aila deixava claro que logo logo estaria alçando novos vôos. E não foi diferente, em novembro de 2009, Aila surgiu como a primeira cantora de pagode, como líder da banda Groove de Saia e já com o sucesso que tocou e encantou – Maromba - música que fala sobre os bombados e malhados. O novo sucesso é a música Bambolê.
Com um trabalho estruturado e firme, os objetivos são a médio e longo prazo, a banda se prepara para grade de shows no interior e para o Carnaval 2011, onde segundo Aila, ela está com sede e tem um copo cheio de água que ela está louca para beber, foi com essa sede que essa entrevista aconteceu e a foto com o Troféu Castro Alves, mostra que ela vem com vontade de ser um destaque do Carnaval, já que seria sua estréia no Carnaval de Salvador. Vamos ficar de olho! Por enquanto, confira a entrevista:
ExclusivaOnline - Como foi esse caminho, de back de Carlinhos Brown para cronner de uma banda?
Aila Menezes (Groove de Saia) – Bem, eu comecei a cantar, inclusive não esqueço a música foi - A primeira vista de Chico César, que ouvi interpretada por Daniela Mercury, (Aila dá uma palhinha: quando não tinha nada eu quis...quando tudo era ausência esperei...) no Colégio Integral, em Salvador e com 7 anos foi meu primeiro contato com a música. O contato com o palco eu sempre tive, fiz balé durante 16 anos na Ebateca, sou neta do palhaço mais velho do Brasil, Palhaço Pinduca (Almir Rodolpho Almeida, 95 anos de idade completados no dia 01 de maio e 75 anos de profissão artística)... Parabéns Vô lindo!!

EO – Então a swigueira, já está no sangue, né? Por que o circo, o picadeiro tem que ter swingue...
Aila - Já vim com esse sangue, aos sete anos comecei a cantar, sempre dancei, sou formada em dança. Aos doze comecei a freq uentar o Sempre e Fica que vou até hoje cantava em festinha, formaturas e coisas assim. E aos dezessete anos, eu comecei a cantar profissionalmente, comecei com a “Banda Na Lata”, inesquecível , inclusive beijos pra os meus amigos Zig e Zag e Marquinhos Sena que é meu guru. Fiquei um bom tempo na Banda Na Lata, de lá fui pro “Kissukilas” e várias outras bandas, até que eu cheguei, fiz muito barzinho também e fazendo barzinho encontrei minha amiga-irmã Cris Belari, na época não a conhecia e ela estava saindo de Brown e me disse: Aila eu tô saindo e preciso de alguém pra colocar lá e aí foi quando ela me disse eu era uma “brasilady”, Carlinhos Brown chama as meninas performáticas de “brasilady”. Cris me levou e aí ela disse faça isso, porque... não existe nada igual a Carlinhos Brown.
EO – Carlinhos Brown mudou você, lhe acrescentou algo especial, diferente?
Aila - Eu sou duas pessoas, antes de Carlinhos e depois de Carlinhos e foi por incentivo de Cris Belari, Mikael Mutti que me ajudou também nessa empreitada aí pra poder conseguir chegar, entrar em Carlinhos, entrei e aí foi um sonho realizado, fato consumado. Aprendi muito e sempre tive vontade de fazer o meu projeto mesmo. Como eu via que o axé era muito comum, eu escolhi, outro estilo musical que também é a minha cara e principalmente é Bahia. Eu sempre fui muito pagodeira, tenho fotos dançando com três anos, na boquinha da garrafa sempre muito pagodeira, eu queria um ritmo absolutamente dançante, eu queria fazer o seguinte: nos Estados Unidos a música do gueto, da favela é o hip-hop, aqui, na Bahia, em Salvador é o pagode. E eu sou...do gueto. Muita gente acha que pela minha forma física, eu não sou, mas eu sou do gueto também, sou favela também e aí decidi, optei por fazer uma banda de pagode, fiz essa banda de pagode e Cal Adam e Manoel Castro foram ver no estúdio e se apaixonaram pela idéia de uma mulher cantando pagode, Cal brinca dizendo que encontrou uma Carla Perez que canta, e aí segui com esse projeto da banda, fiz dois anos lá em Carlinhos Brown e agora to na Groove de Saia feliz, firme e forte...
EO - Não foi um lançamento de verão, mas foi um lançamento de primavera. Me lembro, que a Groove de Saia foi lançada nessa época, em 2009. O que a gente viu foi somente o processo de lançamento. A primeira mulher no pagode, como você se sente nesse bando de bandas de pagodes que existem?
Aila – Pagodeiros (risos) Eu me sinto lisonjeada por contribuir com a música. O meu interesse não é ser estrela, ser sucesso, ser, ser, ser... O meu interesse é colaborar com a música e é o que eu faço, eu já tenho meu sonho realizado. Claro que eu quero reconhecimento pelo trabalho, mas eu me sinto lisonjeada assim porque não deixa de ser um meio, como tem muitas bandas de pagode, um meio concorrido, um meio difícil - a música é um meio difícil de você conseguir encontrar uma estabilidade. Então, não é só porque eu sou mulher que eu vou fazer sucesso, não é só porque eu sou a primeira mulher a cantar pagode que eu vou fazer sucesso. Eu tenho que ralar também, tenho que agitar o público, tenho que me acabar na academia, tenho que fazer tudo que os pagodeiros fazem. Então fico extremamente lisonjeada por colaborar com o pagode que é uma música tão natural, é o nosso dia-a-dia.
EO – Aproveitando o fato de Cal Adam ter lhe apelidado de Carla Perez que canta, há um tempo atrás, Sheila Melo, ex-dançarina do É o Tchan, banda que foi empresariada por Cal Adam fez uma entrevista, uma declaração no Programa A Fazenda, falando mal dos empresários dela e nós do mercado sabemos que o Brasil não conhece a fundo o que é um trabalho dentro de uma banda, as vezes exige realmente um esforço do artista que vai além, você tem que se empenhar demais e todo começo é difícil. Então por mais que o empresário esteja andando num Land Rover você é capaz de estar andando de ônibus e isso é um processo. Fale sobre isso.
Aila – Claro. Cal Adam hoje, inclusive queria que deixasse isso muito forte na entrevista, Cal Adam é meu pai, é a pessoa que em 10 anos de carreira mais acreditou em mim, NUNCA tive um problema e tudo que falam dele é mentira! Ele é uma pessoa extremamente humana, uma pessoa extremamente correta, uma pessoa assim... eu não tenho o que falar dele. Eu brindo muito com Cal e ele diz: “Não vire estrela, nos quatro primeiros anos eu mando, nos outros quatro, quem manda é você”. Eu tenho uma relação muito boa com Cal até porque ele e meu pai são amigos de infância coincidentemente, mas o que falam de Cal é mentira. Ele é uma pessoa extremamente amável, não tenho problemas com ele, pessoa que me incentiva, extremamente verdadeiro comigo, tá bom, tá bom, não tá bom, não tá bom, sabe? Que tem essa coisa também que as pessoas pensam – ah fala isso pra agradar o artista, não, não é verdade. Cal é muito verdadeiro comigo e não tenho problema nenhum com ele, nada, Cal é nota mil!
EO – Houve boatos que já deixaram de ser, de uma nova empresa que vai ser aberta pelo Cal Adam (Cacal Produções) e Windson Silva (Grupo Cheiro de Amor)?
Aila – Filhos da Ribeira. Adoooro boatos!(risos)
EO – Pelo divulgado, a Filhos da Ribeira será uma produtora de pagode. Você continua na Cacal Produções ou fará parte do casting da filhos, com Windson?
Aila – Olhe não sei. Até agora o que é passado pra mim é que eu tô na Cacal...Humhum. Porém, entretanto, todavia, eu sou filha da Ribeira também, meu pai foi criado na cidade baixa, eu nasci com toda essa coisa da Ribeira, então entre aspas, eu sou filha da Ribeira, também... Se for pra Filhos da Ribeira, ótimo. Se continuar na Cacau, ótimo também.
EO – Você é simpática e já tem uma trupe de fãs que é enorme. Você é “veiaca”do twitter, uma das primeiras a se viciar. Como é essa relação?
Aila – Pra mim é uma experiência maravilhosa porque esses meus fãs, eles estão me acompanhando desde o início, do osso, roendo osso, então quando houver a parte do filé mingon, eles vão comer comigo essa fatia também. Essa relação fã – artista eu acho que é amor, eles são a personificação do amor que eu tenho ao meu trabalho.
EO – Então você acredita no que realmente Ivete Sangalo demonstra que ela fala que na verdade a quantidade tem relação a qualidade dela ao trabalho que ela faz?
Aila – Com certeza. Eu não esperava ter realmente essa quantidade de fãs em tão pouco tempo, em pouco trabalho, tempo mesmo de relógio, mesmo porque eu venho ralando há muito tempo, mas eu não esperava realmente ter essa quantidade de fãs gostando da Groove de Saia. Agradeço imensamente ao carinho de cada um deles e digo que o que eu puder fazer para que nossa relação continue linda, eu vou fazer.
EO – Carnaval 2010 você não esteve em Salvador, você fez shows fora, como estava sua agenda?
Aila – Não, fiz o Carnaval com Brown ainda. Foi a despedida... A Groove de Saia não pode acontecer, porque eu tinha que cumprir agenda.
EO – Você sabe que todo ano no Carnaval nós temos as revelações. Você ainda não se revelou, afinal não apareceu no Carnaval de Salvador, a não ser como back. Como é que você vê a possibilidade da junção de uma revelação do axé com uma revelação do pagode? Nesse ano não tivemos, mas no ano que vem podemos ter mais concorrentes.
Aila – Claro... Ainda não. Não teve revelação mesmo. Faltou. Eu acredito que revelação é tudo aquilo que passa a construir raiz. Eu acho que não podemos distinguir a revelação do axé e a revelação do pagode – é a Revelação do Carnaval, né? É a pessoa que trouxe um trabalho novo, trouxe uma forma nova de enxergar a música e pela primeira vez. E quanto a sua interrogação do pode ser, você pode ser a revelação do ano que vem, eu deixo o meu recado: eu tenho 21 anos sem beber água, estou morrendo de sede pra ganhar esse troféu! O copo de água tá na minha frente, pense se eu não vou fazer de tudo pra beber essa água?! To trabalhando pra isso.
EO – Que bom! E quais são os projetos de Groove de Saia nesse ano, vocês fizeram um Cd promocional ano passado, com a música “Maromba” e nesse ano?
Aila – Fizemos, agora tá saindo quentinho, daqui uns 15 dias no máximo, uma novo Cd, com a música Bambolê, tem agenda de shows, estamos rodando pelo interior da Bahia. As pessoas vão conhecer mesmo a Groove de Saia.
EO – Vocês foram procurados para participar desses grandes shows como Salvador Fest, Pagodão Elétrico, essas grandes festas?
Aila – Ainda não, ainda não por ser um projeto que muito embora esteja no boca-a-boca, as pessoas comentem muito, tem gente que ainda não conhece. O público do pagode é muito grande!É o maior público que tem! Então, é complicado colocar uma atração ainda como a Aila, sendo uma novidade, uma mulher.
EO – Mas será que não é tudo que os pagodeiros querem?
Aila – Eu acho, eu acho que é tudo que falta. Eu fico brincando né, só falta sabe o que?Eu, a Beyoncé do pagode.
EO – Você sofre algum preconceito em relação a ser mulher no pagode?
Aila – Preconceito não, mas resistência. Eu veja ainda algumas mulheres resistindo a isso né?Algumas mulheres ainda resistem, olham estranho no início do show, as mulheres vão pra frente pra olhar, pra analisar quantas celulites eu tenho (risos). Ficam olhando com aquela boca torta assim no início e aí vê que eu sou negona e...se desmancham e caem na dança.
EO – Quais suas referências musicais?
Aila – Minhas referências. Eu acredito que todo mundo tem alguma coisa pra ensinar, então não posso te dizer aqui que só tenho duas referências, eu tenho três, eu tenho várias referências, eu tenho até porque eu comecei cantando MPB, embora meu jeito não pareça né? Toda escraxada! Mas eu comecei cantando MPB, minhas referências são Marisa Monte, Vanessa da Mata, Steve Wonder – sou apaixonada por Steve Wonder...
EO – Foi onde você aprendeu a pegada?
Aila - Negonaaaa! Alycia Keyes, Beyoncé, Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e todas as cantoras que surgiram também né, Mariana da Banda Mina, a Larissa do Araketu, eu acho que todo mundo tem alguma coisa pra ensinar. Flavinha Mendonça também. Eu acho que todo mundo tem alguma coisa pra ensinar. Eu na verdade busco ter muitas referências, pegar um pouquinho de cada pessoa pra poder construir o que eu acho bacana.
EO – Você falou de construção e pegar um pouco de referência de todo mundo. Você Aila, acha que Cláudia Leitte imita Ivete Sangalo?
Aila – Não! Não acho! Eu acho que Cláudia Leitte, já conquistou o público dela, você vê a quantidade de fã que Claudinha tem. Eu acho que uma pessoa que não verdadeira e sim imita, não tem tanta verdade. Na verdade minha gente, a gente só faz sucesso quando a gente vende verdade. As pessoas querem acreditar na nossa verdade. Então se Claudinha hoje faz sucesso é porque ela vende a verdade dela e Ivete, indiscutivelmente, é a verdade de Ivete. Então cada um tem sua verdade, não acho que Claudinha imite Ivete não.
EO – Tá. E se você for pra colocar aqueles títulos: Rainha, Musa e Princesa do Axé?
Aila – Vou colocar pelo tempo cronológico: Ivete é a, me perdoe, Daniela a Rainha, Ivete a Musa e Cláudia a Princesa.
EO – E no pagode? Esse Rebolation todo, essa coisa de Léo Santana? Outro dia fiquei olhando pra ele e falei assim, olha eu acho que ele deveria namorar com Aila porque tem tudo a ver né?
Aila - Gargalhada. Obrigada gata! Mesma idade que eu. Eu acho que Léo, Léo Santana ele é um fenômeno! Léo, meu amigo, beijo pra Léo. Vejo Léo, como um menino que também não bebia água há 21 anos e agora ele só tem um copo de água e é o copo que ele quer matar toda a sede da vida dele. Estamos no mesmo barco, né? Sem contar pela pessoa que Léo Santana é. Ele merece, ele é digno de tudo que tá acontecendo na vida dele e torço muito por Léo e é meu amigo, só viu?
EO – O que você acha dessa mistura toda, axé, pagode, forró?
Aila – Eu vejo que é maravilhoso! E acho que cada dia tem que fundir mais, eu acho que música não existe rótulo, música é música, você nunca vai conseguir tirar do Carnaval da Bahia – Aviões do Forró, Seu Maxixe, Saia Rodada. Como também você não vai conseguir tirar do forró Chiclete com Banana, Asa de Águia, Cláudia Leitte, Ivete Sangalo. Eu acho que é uma fusão, isso é que faz da música ser o que ela é. Eu acho que tem que fundir mesmo, tem que botar todo mundo junto e misturar, inclusive se quiser chamar a Aila, adoooro forró com pagode!
EO – É um livro aberto. Então vamos lá, conta tudo pra gente. Acho que o povo quer saber que timer você torce...
Time: Vitóriaaa! Meu nêgo!
Feliz? Cheia de felicidade!
Perfume? 212.
Deus? É... tudo, Deus é porto seguro.
Uma pessoa que você admira? Meu pai.
Alguém que você levaria pra um ilha? Não posso contar! Gargalhada... É o PM...
Futuro? Agora.
Qual o seu Groove? Alegria.
Cor preferida? Vermelho.
Signo? Taurinaaaa!
Data de aniversário? 17 de maio. Tá chegando!Meu presente!
Uma mensagem aos jovens, aos fãs:
Antes de tudo e de qualquer coisa, você deve se encontrar, descobrir qual é a sua essência, qual é a sua verdade, depois que você se encontra e descobre sua verdade, todas as outras coisas fluem, naturalmente. Não deixe de sonhar, o sonho é o que move a vida da gente, não deixe de amar, amor é combustível, quanto mais se ama, mais se tem e ame o que você tem né? E não o que você queria ter, ou queria, ame o que você tem e veja sempre o melhor das pessoas. Eu vejo inclusive queria deixar isso bem claro, eu vejo nesse meio muita fofoca, muitas críticas, muita indireta, muita gente tentando mostrar que é mais que o outro e todo mundo lutando por uma coisa só, pela felicidade. E o que é a felicidade senão a gente dar a mão ao próximo e ser feliz? A gente não vai conseguir ser feliz vendo o Haiti do jeito que tá, vendo o Japão, a China, as coisas que tem acontecido no mundo, então vamos dar a mão ao próximo, vamos ver o que há de melhor no outro, ao invés de ficar de intriga, de fofoca, de coisinha besta, vamos ser feliz gente! Em busca da felicidade, com Deus no coração, com paz e amor sempre!Vocês podem ter certeza que quando vocês me encontrarem, verem Aila no palco, ou Aila na rua ou Aila na academia, Aila em qualquer lugar, eu sempre vou tá exalando paz e amor. Quero contagiar todo mundo nessa energia, gente boa se atrai, então, vamos todo mundo torcer pelo bem!
EO – Conta uma EXCLUSIVA?
Aila – Sabe quando estamos irritadas, estressadas, em um momento difícil, tem muita gente que respira e conta de um a dez, eu, tenho um segredo, eu levo um livrinho de mensagens de bolsa, portátil, vou até te mostrar depois aí. E quando eu me sinto de certa forma desprotegida, triste, desacreditada em alguma coisa, eu pego o livrinho e leio a mensagem onde quer que eu esteja. Pode ser numa festa, num reggae, no show, eu paro o show, vou no camarim, leio o livrinho de mensagem, peço a Deus e volto outra pessoa.
EO – Obrigada pela simpatia e pela entrevista. Sucesso! Vou contar no tititi, que é o PM, viu?
Aila - Fico extremamente grata e a Aila, a hora que você precisar saber de qualquer coisa, Aila, venha cá, em São Cosme tá chovendo? Pode ligar que a gente, com o maior prazer vai lá ver para você Vivi. Obrigada mesmo pelo espaço. *
Fonte: revistaexclusiva.com.br